s2656
Educação, propaganda e manipulação
Estamos frente a uma guerra de propaganda, que reproduz e realimenta o conflito de fato entre Israel e os palestinos.
Difícil é, diante das tentativas de manipulação da opinião pública por ambos os lados, termos uma visão objetiva do que realmente acontece no Oriente Médio.
Na questão das manifestações de repugnante júbilo por massas fanatizadas em sequência ao morticínio de 11 de setembro, parece inquestionável que estas de fato aconteceram.
Negar a existência destas massas fanatizadas é tomar partido de um dos dois lados na distorção da realidade.
Atitude mais construtiva será analisar o porquê da existência e proliferãção do fanatismo religioso e do culto ao terrorismo, e quais as formas que a massa bem maior – mas silenciosa – dos cidadãos que confiam no diálogo e lutam pela justiça teriam para combater a praga da intolerância.
Não se pode ignorar o fator “Educação” e o fato de que as estruturas educacionais de vários países e regiões são, por falta de uma tradição democrática, manipuladas por suas lideranças para desviar a consciência de seus povos dos reais motivos da injustiça social que amargam, para a culpabilização dessa ou daquela entidade externa (o precioso inimigo exterior dos regimes autoritários).
As manifestações e acontecimentos a que assistimos em Durban mostraram que dezenas de governos autoritários escolheram Israel e Estados Unidos como bodes expiatórios para as injustiças do mundo, subvertendo os objetivos da Conferência Internacional sobre Racismo , e gerando um clima de intolerância inaceitável.
Foi dentro desse clima criado em Durban, do qual aqueles regimes foram autores, que os assassinos que perpetraram em 11 de setembro um atentado contra a Humanidade, encontraram alguma legitimidade para detonar o meticuloso atentado.
Para a repugnante alegria de uma minoria de fanáticos manipulada por líderes criminosos.
[ Moisés Storch é coordenador dos AMIGOS BRASILEIROS DO PAZ AGORA ]